segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Santo do dia: São João Bosco

Nasceu perto de Turim, na Itália, em 1815. Muito cedo conheceu o que significava a palavra sofrimento, pois perdeu o pai tendo apenas 2 anos. Sofreu incompreensões por causa de um irmão muito violento que teve. Dom Bosco quis ser sacerdote, mas sua mãe o alertava: “Se você quer ser padre para ser rico, eu não vou visitá-lo, porque nasci na pobreza e quero morrer nela”. 

Logo, Dom Bosco foi crescendo diante do testemunho de sua mãe Margarida, uma mulher de oração e discernimento. Ele teve que sair muito cedo de casa, mas aquele seu desejo de ser padre o acompanhou. Com 26 anos de idade, ele recebeu a graça da ordenação sacerdotal. Um homem carismático, Dom Bosco sofreu. Desde cedo, ele foi visitado por sonhos proféticos que só vieram a se realizar ao longo dos anos. Um homem sensível, de caridade com os jovens, se fez tudo para todos. Dom Bosco foi ao encontro da necessidade e da realidade daqueles jovens que não tinham onde viver, necessitavam de uma nova evangelização, de acolhimento. Um sacerdote corajoso, mas muito incompreendido. Foi chamado de louco por muitos devido à sua ousadia e à sua docilidade ao Divino Espírito Santo. 

Dom Bosco, criador dos oratórios. Catequeses e orientações profissionais foram surgindo para os jovens. Enfim, Dom Bosco era um homem voltado para o céu e, por isso, enraizado com o sofrimento humano, especialmente, dos jovens. Grande devoto da Santíssima Virgem Auxiliadora, foi um homem de trabalho e oração. Exemplo para os jovens, foi pai e mestre, como encontramos citado na liturgia de hoje. São João Bosco foi modelo, mas também soube observar tantos outros exemplos. Fundou a Congregação dos Salesianos dedicada à proteção de São Francisco de Sales, que foi o santo da mansidão. Isso que Dom Bosco foi também para aqueles jovens e para muitos, inclusive aqueles que não o compreendiam.

Para a Canção Nova, para a Igreja e para todos nós, é um grande intercessor, porque viveu a intimidade com Nosso Senhor. Homem orante, de um trabalho santificado, em tudo viveu a inspiração de Deus. Deixou uma grande família, um grande exemplo de como viver na graça, fiel a Nosso Senhor Jesus Cristo.

Em 31 de janeiro de 1888, tendo se desgastado por amor a Deus e pela salvação das almas, ele partiu. Mas está conosco no seu testemunho e na sua intercessão.

São João Bosco, rogai por nós!

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Quem foi João Paulo II?

Karol Józef Wojtyla, conhecido como Papa João Paulo II, nasceu em maio de 1920 na Wadowice na Cracóvia. Fez a primeira comunhão com nove anos, no mesmo ano de falecimento de sua mãe. É o segundo filho de três irmãos. Seu pai era oficial do exército. Aos dezoito anos entrou para Universidade e para uma Escola de Teatro.


Trabalhou em uma fábrica de produtos químicos (solvente) para ganhar a vida e evitar sua deportação para a Alemanha. Em 1942, sentiu-se chamado a vocação sacerdotal na qual foi ordenado em 11 de novembro de 1946, enquanto dedicava-se também ao teatro. Doutor em teologia, foi pároco em diversas igrejas da Polônia, professor do Seminário Maior da Cracóvia e da Faculdade de Teologia de Lublin. Ordenado Bispo Auxiliar da Cracóvia em 1958, pelo papa Pio XII, que 6 anos depois o ordenaria Arcebispo e em 1967, Cardeal, o conhecido João Paulo II foi eleito ao trono de São Pedro em 16 de outubro de 1978 e empossado no dia 22. É o 264º papa da história, o Pontificado mais longo do século XX e que passou de um século e de um milênio para o outro.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Acolhamos hoje um santo conselho

A cada dia que desperta precisamos tomar decisões acertadas, mas sabemos que sozinhos facilmente nos equivocamos, por isso, precisamos pedir insistentemente ao Senhor “ que dirija os nossos passos, de modo que os nossos planos estejam sempre de acordo com a Sua vontade” (Tb 4,20).
Sigamos hoje este santo conselho: Nunca permitas que o orgulho domime o teu espírito ou tuas palavras, porque ele é a origem de todo mal” (Tb 4,14).
Senhor, dá-nos a graça de neste dia caminharmos na Tua presença, e de não nos desviarmos dos Teus caminhos.
Jesus, fica conosco!

Maria e os Santos

A igreja Católica venera aos santos mais não os adora. Adorar algo ou alguém que não seja Deus é idolatria. Há que saber distinguir entre adorar e venerar. São Paulo ensina a necessidade de recordar com especial estima aos nossos precursores na fé. Eles não desapareceram no nada mas a nossa fé nos dá a certeza do céu onde os que morreram na fé estão já vitoriosos em Cristo.

A igreja respeita as imagens da mesma forma que se respeita e venera a fotografia de um ser querido. Todos sabemos que não é o mesmo contemplar a fotografia e contemplar a própria pessoa de carne e osso. Não está, então, a tradição Católica contra a Bíblia. A Igreja é fiel a autêntica interpretação cristã desde suas origens.

A igreja procurou sempre com interesse especial que os objetos sagrados servissem ao esplendor do culto com dignidade e beleza, aceitando a variedade de matéria, forma e ornato que o progresso da técnica tem produzido ao longo dos séculos. Mais ainda: a Igreja se considerou sempre como árbitro das mesmas, escolhendo entre as obras artísticas as que melhor responderam à fé, à piedade e às normar religiosas tradicionais, e que assim seriam melhor adaptadas ao uso sagrado.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A Fidelidade começa no namoro

O namoro não é um tempo para conhecer o outro por fora, mas por dentro e fazer o outro crescer; se isso não acontece, então este relacionamento está furado. Para dizer "sim" ao outro, você tem que dizer "não" para você. E quando isso acontece, você está fazendo o outro crescer, e isso precisa acontecer no namoro, no noivado e no casamento.

O amor é uma decisão. Quando você sobe ao altar para se casar, você diz que jura ser fiel, na saúde, doença, amar e respeitar todos os dias da sua vida, e não é uma declaração poética, mas um juramento de fidelidade até o último dia da sua vida. O jovem que não é fiel no namoro, então não será no casamento também.



É o amor que constrói, o amor não é egoísta, mas tudo suporta, tudo espera, esse é o amor de Deus, não o amor dos homens, ou das telenovelas. São Paulo compara o amor dos maridos com o amor que Cristo tem pela Sua Igreja.

Um dos problemas que mais afetam os jovens é a falta de fidelidade e a não vivência da castidade. Mais uma outra coisa: Por que muita gente não é capaz de amar? Amar é dar-se, é renúncia. E por que muitos não conseguem se dar? Porque não se possuem. Para dar algo para alguém você precisa ter posse daquilo.


Eu tenho que me possuir, e como é isso? É ter domínio sobre mim mesmo. Um homem que não tem domínio sobre si, que não consegue dominar-se diante de um prato de comida, ou aquele que não pode ver uma mulher e já vai atrás, é porque não tem comando sobre si; alguém assim não tem liberdade.

Deus não nos fez livres para fazer o mal, mas para fazer o bem. Se a liberdade não respeitar dois vínculos, que é a verdade e a responsabilidade, então não é liberdade, é loucura. Se você não consegue respeitar essas duas virtudes, é sinal de que você perdeu a razão. Ninguém é livre para abusar das pessoas. Ser livre é não ser escravo das paixões e do pecado. Livre é aquele que luta contra o pecado. Para ajudar o outro a crescer é preciso ser livre. Quem não é livre é egoísta.

Por que nós recebemos muitas cartas falando sobre o sexo no namoro? Porque para os jovens de hoje é muito difícil viver a castidade. O mundo vive um pansexualismo, no qual tudo respira a sexo. Não se vende mais um carro, roupa, sem colocar a foto de uma mulher nua. O homem é fascinado pelo corpo da mulher, por isso para o jovem é tão dificil viver a castidade. Deus fez a mulher maravilhosa, encantadora, mas existe um lugar para viver o sexo e o sexo é para ser vivido no casamento. A Igreja ensina que o sexo tem duas funções, unitiva e procriativa, mas antes disso é preciso unir as vidas, é preciso colocar uma aliança no dedo e prometer fidelidade todos os dias da vida. Depois de colocar a aliança no dedo aquele homem é da mulher e a mulher é do homem.

Marido e mulher não podem ficar muito tempo sem relação sexual, a Igreja chama isso de "débito conjugal". O sexo é a liturgia do amor conjugal, é a maior expressão de amor entre o casal. Ali não está se dando apenas um presente, uma rosa, não, é o seu corpo, a sua intimidade que você está dando ao outro. Não há sentido em entregar o seu corpo sem um compromisso conjugal.

E muitos perguntam: Eu amo meu namorado, por que não posso ter vida sexual com ele? Primeiro porque a lei de Deus não quer. E porque Deus não quer é porque Ele não é bom? Não! É porque não é bom, e isso tem um nome: Isso se chama "fornicação", e é pecado grave. Duas pessoas solteiras que se relacionam sexualmente a Igreja chama de adultério ou fornicação. Como cristão católico, você não pode, porque para nós o que vale é a Palavra de Deus.

Viver a castidade no casamento é não desejar a mulher do outro, não ver filme pornográfico e depois querer fazer o mesmo com a sua esposa. E eu, meus irmãos, continuo lutando, pois eu quero esta medalha de ouro, mas você jovem que consegue viver a castidade, a sua medalha será muito maior que a minha, porque quanto maior for a sua luta, tanto maior será o sabor da sua vitória.

Nós precisamos fazer uma santa revolução na juventude, para que os jovens vivam no namoro a castidade, para que eles se respeitem até o casamento. Porque o sexo antes do casamento estraga muito.

O Papa João Paulo II, em 1997, disse que no Brasil, por causa do sexo livre, há milhares de crianças órfãs de pais vivos. Homens covardes que abusam das meninas. E quem paga a conta é a criança, que muitas vezes é abortada, outras ficam aos cuidados dos avós ou em orfanatos. Quando uma criança é gerada no casamento não acontece isso, ou não é para acontecer de os pais abandonarem os filhos. Quando a Igreja pede que o jovem seja casto, é para ele treinar, exercitar a fidelidade para chegar ao casamento com esta fibra e com a graça de Deus.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Estigmas, cilícios, disciplinas e piercings

É fato conhecido que muitos santos receberam em seus corpos sinais da Paixão de Cristo. Chagas nos pés, nos ombros, nas mãos, na cabeça, no coração, que aparecem sem qualquer explicação natural. São ferimentos que se manifestam, sangram, doem, debilitam, sem que o acometido deixe de irradiar liberdade interior e profunda alegria.

Os estigmas foram com freqüência alvo de investigações médicas, nunca se tendo chegado a conclusões que os invalidem. Muito pelo contrário, o que se comprovou é que essas feridas sempre aparecem relacionadas a motivos religiosos, associadas a vivências profundamente místicas e generosas.

Assim foi com São Francisco de Assis, o primeiro de que se tem notícia de ter manifestas no corpo as Chagas de Cristo. Recebeu-as no Monte Alverne, na Toscana, em setembro de 1224 e procurava, por humildade, disfarçá-las com ataduras. A ele se atribui o comentário: “Tanto é o bem que eu espero, que toda pena é um prazer para mim.” Francisco não teve a doçura de vida que às vezes se divulga, cantando ao sol e à lua, numa perfeita e suave harmonia com a natureza. Antes se deve entender que a sua profunda harmonia e sintonia com os todos os seres,  principalmente com os seus irmãos – fatos que também se deram com Santa Clara – são resultados de uma perfeita sintonia com Cristo através da participação em seus sofrimentos e suas aflições. Não apenas isso. Também a compreensão de que esses sofrimentos, os de Cristo e os vividos por amor a Cristo, são a fonte da graça para a expiação dos pecados que sem cessar se cometem no mundo. Esses sentimentos são o substancial da graça dos estigmas.

São mais de 300 os estigmatizados de que se tem notícia, entre eles Santa Gema, Santa Catarina de Sena, Anne Catherine Emmerich, dos quais 62 canonizados ou beatificados.  No século XX, temos um exemplo marcante em Padre Pio de Pietrelcina, capuchinho italiano, falecido em 23/09/68, aos 81 anos, canonizado em 1999 por João Paulo II. Dele disse Paulo VI, dirigindo-se aos Superiores da Ordem dos Capuchinhos: “Olhai a fama que alcançou, quantos devotos do mundo inteiro se reúnem ao seu redor! Mas por quê? Por ser talvez um filósofo? Por ser um sábio? Por ter muitos meios à sua disposição? Não! Porque celebrava a Missa humildemente, confessava de manhã até a noite e era – como dizê-lo?! – a imagem impressa dos estigmas de Nosso Senhor. Era um homem de oração e sofrimento.”

Pode-se pensar que todos esses estigmatizados poderiam declarar: “Estou crucificado com Cristo; já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim.” (Gal. 2, 19). E isso é simplesmente Cristianismo.     

Os estigmas continuam atraindo a atenção, suscitando um certo encanto, próprio dos fatos extraordinários. Já os cilícios* e as disciplinas* não têm qualquer prestígio nos nossos dias, como se fossem coisas totalmente dissociadas dos estigmas. Mas de fato não é assim. Guardadas as devidas proporções, cilícios e disciplinas são modos de refletir, no próprio corpo, os sofrimentos de Cristo. Claramente se vê que no caso dos estigmas a iniciativa é de Cristo que os imprime naquele seu santo devoto, premiando-o com os sinais da sua Paixão. No caso dos cilícios e disciplinas, é o devoto que manifesta e atua, embora consciente das suas limitações, no sentido de mostrar-se disposto a participar dos sofrimentos de Cristo, por amor à humanidade. Sempre por amor à humanidade, unido a Cristo na sua Paixão.

Ser cristão e não buscar arrependimento e penitência é simplesmente impossível. Mas não há por trás dessa atitude qualquer sentimento mórbido, ou dark , ou loser, como se diria nos dias de hoje. O verdadeiro sentido de arrependimento e penitência é fonte de alegria, serenidade, jovialidade e tranqüila paz, que se difundem na relação com todos.

Hoje se faz uma autêntica guerra, tentando ridicularizar as situações, raras porém verdadeiras, em que os fiéis da Igreja usam cilício e disciplinas. Ignora-se que os estigmatizados usaram cilício e disciplinas antes de receberem do próprio Cristo as Chagas? E se ele lhe mandou as suas feridas, não estaria manifestando que concorda com a atitude penitente?  É forçoso, também, destacar que os estigmatizados,  em nenhum momento, se vangloriaram disso, antes disfarçaram o ocorrido, como aconteceu com São Francisco, como já vimos, e com Santa Catarina de Sena que pediu ao Senhor que substituísse os estigmas visíveis, por estigmas invisíveis, no que foi atendida. É evidente que ninguém que faça penitência o fará com propaganda, ou por qualquer tipo de ostentação. Quando jejuares,  perfuma a cabeça e lava o rosto. (Mt 6,17).  E  essa discrição é muitas vezes explorada como fonte de mistério e especulações.

Não temos hoje a mesma percepção do corpo como inimigo da alma, própria da Idade Média. Mas é também verdade que tanto na Idade Média como agora, não nos podemos permitir a escravidão ao próprio corpo. Melhor dominá-lo do que ser dominado por ele, sem sombra de dúvida! Não é isso, no entanto, que a sociedade hedonista prega; aliás, hoje se cultua o corpo mais do que na Idade Média se cultuava a alma. Até porque na Idade Média se cultuava a alma nos mosteiros e eremitérios, já em nossos dias, no ocidente, o corpo é um deus adorado em todas as circunstâncias e diante do qual se curvam homens e mulheres, de todas as idades.  

Cilícios e disciplinas são proscritos. Se observarmos, no entanto, certas imposições da moda... As calças jeans que as mulheres usam, tamanho duas vezes menor do que o seu manequim, marcam, em vergões, o cinto encravado no meio dos quadris, sem falar da pressão no ânus e órgãos genitais. E tudo equilibrado em tamancos que contrariam as leis do equilíbrio, os dedos espremidos, os calcanhares a quinze centímetros do chão. E tudo para fazer pose. Isso sem falar dos piercings, cravados na língua, sobrancelhas, nariz, umbigo, órgãos genitais. Não há dúvida de que isso exige a sua parcela de sofrimento, ok? Mas sofrer  por penitência? Nem pensar! Os homens e as mulheres de hoje, com freqüência, não sabem o que é arrepender-se. E nas entrevistas, quando têm alguma projeção social, declaram: “Não me arrependo de nada! Faria  novamente tudo o que fiz.”  Difícil acreditar que uma pessoa não tenha de que se arrepender pois se alguém diz não ter pecado, nesse não está a verdade. (I João 1, 8).  É pena. Quando não nos arrependemos, perdemos uma grande chance de encontrar a paz.

Tudo pelo corpo e para o corpo. Desempenho sexual é moeda de troca, no sentido mais literal: homem troca de mulher e mulher troca de homem, conferindo o grau de prazer, rotineiramente. E, em última análise, sofrem com isso, ou para conseguir manter o nível de prazer, o que acaba resultando paradoxalmente em desprazer, ou porque se perde alguém que, não se imaginava, quisesse só o prazer.

Nestes tempos consumistas, o que mais chama a atenção para o corpo é que ele tem data de validade. Pois é! E daí a luta para não ficar com o prazo vencido. É que não há outro valor, senão o do código de barras. Mas não tem jeito. Embora seja verdade que devemos cuidar legitimamente do corpo, prazo será, sempre, uma questão de tempo.

Não se usam cilícios e disciplinas apenas para dominar o corpo. Isso seria muito pouco e redundaria numa atitude simplesmente espartana. Seria como usar piercings, oscilando entre a vaidade e a soberba de quem se superestima porque “suporta”.  Cristianismo pede muito mais. Pede sacrifício por amor. Ora, e dá para acreditar em amor sem sacrifício? Sacrifício sempre foi prova de amor. Resulta que, na vida de um cristão coerente, serão tantas as oportunidades de sacrificar-se por amor que cilícios e disciplinas, nos raros casos em que figuram como prática ascética,  acabam por ser episódio de pouca importância. O que vale especialmente é a prática de todas as virtudes, nestes tempos em que o leigo é chamado a se santificar no meio do mundo. Não faltarão oportunidades em que a vida lhe pedirá uma atitude, às vezes um simples sorriso, muito mais difícil de observar do que um tempo com cilício. O que também não quer dizer que o cilício e as disciplinas não possam ter o seu valor no conjunto das orações.

São casos raros os estigmatizados. Mas não são raras as pessoas que sofrem. Diria até que são raras, ou inexistentes, as que não sofrem. E no caso de um cristão coerente com a sua fé, que saiba o sentido da Cruz e tenha sensibilidade para o sentimento de penitência – com cilício e disciplinas ou não –  a manifestação de suas doenças, de qualquer natureza ou feição, não seriam os estigmas de Cristo se manifestando? E quando a dor provém  de ver sofrer os seus entes queridos não seriam os estigmas de Santa Maria a se manifestarem? Grande consolo poder encarar a dor com essa força. Porque se tratará de uma Paixão que já saboreia a Ressurreição.

Por acaso, para quem não tem o sentimento de penitência as dores não chegam a se manifestar? Sempre haverá dor, mesmo quando não se tem um sentido para ela.  Nesse caso, o que há de pior é que se trata da dor na solidão, ameaçando abreviar o prazo de validade, sem saber vislumbrar as perspectivas da vida eterna.

Enfim, às vezes me parece que tentamos construir um mundo particular, subjetivo, de costas para o real. Não queremos admitir ou reprovamos os fatos, como se fosse possível invalidar a história. O mal é real, os erros pessoais também, a íntima necessidade de arrependimento e penitência também, mas não queremos admitir. Realmente não queremos admitir que alguém possa ser feliz porque se reconhece pecador e mete ombros com Cristo na tarefa de aliviar o fardo dos homens. Condenar cilício e disciplinas é reprovar que Cristo eleja estigmatizados, que nunca se furtaram de sofrer. Esses estigmatizados, afinal, eram pessoas tão generosas nas suas disposições de trabalhar por Cristo que Ele próprio os associou à sua dor redentora. Quantos haverá rezando assim nos dias de hoje? Por que no fundo, no fundo, talvez  estejamos mais propensos a tentar demover Cristo de morrer na Cruz e, por isso, talvez mereçamos a reprovação do Mestre: Afasta-te, Satanás! Tu és para Mim um estorvo, porque os teus pensamentos não são os de Deus, mas os dos homens. (Mt 16, 23)

O cilício e as disciplinas utilizados nos dias de hoje são diferentes daqueles que os fiéis se impuseram em outras épocas. Hoje, o Cilício ( que pode ser comprado em qualquer mosteiro de clausura) é uma  faixa estreita de entrançados de aço ou alumínio, como os das redes de cabelo, e dotada de pequenas pontas limadas, que só produzem incômodo ao contato, sem chegar a espetar ou a ferir.


Sueli Caramello Uliano

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A Igreja e a polêmica da camisinha

Por exigência das circunstâncias, o bispo diocesano, por dever pastoral não pode calar-se frente à polêmica, lançada na Opinião Pública, sobre o uso da camisinha.

A CNBB pronunciou-se claramente reafirmando a doutrina da Igreja: "Do ponto de vista da moral católica não é aceitável a propagação do uso do preservativo quando favorece uma vida sexual desordenada, reduzindo a sexualidade a mero bem de consumo e insinuando que o comportamento sexual, quando "seguro", é eticamente indiferente" (Encarte do Boletim Notícias, 528).

O Ministério da Saúde que faz campanha sistemática a favor do uso da camisinha sem nenhuma preocupação com a educação sexual da juventude, atacou a posição da Igreja, em nota oficial, considerando-a anticientífica. Esquece-se de que nem tudo que a ciência pode é permitido pela ética, como, por exemplo, o caso da clonagem humana e tantos outros. Por outro lado, o uso da camisinha não se justifica, apenas em razão da sua eficiência de 65% ou 95%. Há que considerar sobretudo seu valor moral. O que é mais da competência da Igreja que do Poder Público. O fato da Aids ser questão da saúde pública não justifica a campanha indiscriminada em favor do uso da camisinha, incentivadora de um mal maior, a permissividade no uso do sexo que favorece a prática de outros crimes: estupro, adultério...

A nota grosseira do Ministério da Saúde tenta, ainda, dividir a Igreja em cúpula e bases.
Na verdade, somos todos seguidores de Jesus Cristo. Importante saber o que ele ensina. Ele não veio para abolir a Lei nos seus 10 mandamentos, mas "dar-lhe pleno cumprimento" (Mt 5,17). Na doutrina católica, a relação sexual entre duas pessoas de sexos opostos se realiza no casamento com dupla finalidade: Uma da procriação e a outra, não menos importante que tem o significado unitivo como exigência do amor, não admite interposição de obstáculo com corpo estranho. "O prazer sexual é moralmente desordenado quando é buscado por si mesmo, isolado das finalidades de procriação e de união" (Catecismo da Igreja Católica, nº 2354). É um dos 7 pecados capitais conhecido como luxúria.

Os sacerdotes recebem a missão de anunciar o evangelho sem estabelecer distinção entre o que pensam e o que ensina a Igreja em questões de fé e moral. Devem pensar, viver e testemunhar o que a Igreja ensina. Devem demonstrar o maior carinho com os aidéticos, sem discriminá-los na comunidade. Condenar o pecado não impede amar os pecadores como Jesus Cristo nos ama.

Dom Eduardo Koaik, bispo de Piracicaba (SP)

Origem do Terço!



ORIGEM DO TERÇO

A origem do terço é muito antiga. Remonta aos anacoretas orientais que usavam pedrinhas para contar suas orações vocais. Em 1328, segundo a Tenda, Nossa Senhora apareceu a São Domingos, recomendando-lhe a reza do Rosário para a salvação do mundo.
Nasceu assim a devoção do Rosário, que significa coroa de rosas oferecidas a Nossa Senhora. Os promotores e também divulgadores desta devoção foram os Dominicanos, que também criaram as Confrarias do Rosário.
O papa dominicano Pio V animou vivamente a prática da recitação do Rosário, que, em breve, se tornou a oração popular predileta da cristandade. Esta devoção tem o privilégio de ter sido recomendada por Nossa Senhora em Lourdes, na França, e em Fátima, Portugal, o que depõe em favor de sua validade em todos os tempos.
O terço pode ser rezado individual ou coletivamente. O terço é uma das mais queridas devoções a Nossa Senhora. Aparecendo em Fátima, ela pediu aos pastorzinhos: "Meus filhos, rezem o terço todos os dias".

domingo, 16 de janeiro de 2011

A presença real de Cristo na Eucaristia


A Igreja nunca duvidou dessa verdade

Desde que Jesus instituiu a Eucaristia na Santa Ceia, a Igreja nunca cessou de celebrá-la, crendo firmemente na presença do Senhor na Hóstia consagrada pelo sacerdote legitimamente ordenado pela Igreja. Nunca a Igreja duvidou da presença real do Corpo, Sangue, Alma e Divindade do Senhor na Eucaristia. Desde os primeiros séculos os Padres da Igreja ensinaram esta grande verdade recebida dos Apóstolos.
Na Última Ceia, Jesus foi muito claro: "Isto é o meu corpo". "Isto é o meu sangue" (Mt 26,26-28). Ele não falou de "símbolo", nem de "sinal", nem de "lembrança". São Paulo atesta a presença do Senhor na Eucaristia quando afirma: "O cálice de benção, que bebemos, não é a comunhão do Sangue de Cristo? E o pão que partimos, não é a comunhão do Corpo de Cristo?" (1Cor 10,16).E o Apóstolo, que não estava na Última Ceia, recebeu esta certeza por revelação especial do Senhor a ele: "O Senhor Jesus, na noite em que foi entregue, tomou o pão e, dando graças, partiu-o e disse: Tomai e comei; isto é o meu corpo, que será entregue por vós; fazei isto em memória de mim. Igualmente também, depois de ter ceado, tomou o cálice e disse: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto em memória de mim todas as vezes que o beberdes"(1Cor 11,23-29).
Sem dúvida a Eucaristia é o maior e o mais belo milagre que o Senhor realizou e quis que fosse repetido a cada Missa, para que Ele pudesse estar entre nós, a fim de nos curar e nos alimentar. "A Eucaristia é 'fonte e centro de toda a vida cristã' (LG,11). Os restantes sacramentos, porém, assim como todos os ministérios eclesiásticos e obras de apostolado, estão vinculados com a Sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Com efeito, na santíssima Eucaristia está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, nossa Páscoa" (PO,5 e CIC n.1324).
O Catecismo da Igreja nos garante que "Os milagres da multiplicação dos pães... prefiguram a superabundância deste pão único da Eucaristia" (CIC, n.1335). Tudo o que foi dito até aqui está baseado principalmente nas próprias palavras de Jesus, naquele memorável discurso sobre a Eucaristia, na sinagoga de Cafarnaum, que São João relatou com detalhes no capítulo 6 do seu Evangelho: "Eu sou o Pão vivo que desceu do céu... Quem comer deste Pão viverá eternamente; e o Pão que eu darei é a minha carne para a salvação do mundo... O que come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia... Porque a minha carne é verdadeiramente comida e o meu sangue é verdadeiramente bebida."
Não há como interpretar de modo diferente estas palavras, senão admitindo a presença real e maravilhosa do Senhor na Hóstia sagrada. Lamentavelmente a Cruz e a Eucaristia foram e continuam a ser "pedra de tropeço" para os que não crêem, mas Jesus exigiu até o fim esta fé. Aos próprios Apóstolos ele disse: "Também vós quereis ir embora?" (Jo 6,67). Ao que Pedro responde na fé, não pela inteligência: "Senhor, a quem iremos, só Tu tens palavras de vida eterna"(68). Nunca Jesus exigiu tanto a fé dos Apóstolos como neste momento. E, se exigiu tanto, sem dar maiores esclarecimentos como sempre fazia, é porque os discípulos tinham entendido muito bem do que se tratava, bem como o povo que o deixou dizendo:"Estas palavras são insuportáveis? Quem as pode escutar?" (Jo 6,60).
Também para cada um de nós a Eucaristia será sempre uma prova de fogo para a nossa fé; mas, crendo na palavra do Senhor e no ensinamento da Igreja, seremos felizes. Quando Lutero pôs em dúvida a presença real e permanente do Senhor na Eucaristia, o Concílio de Trento (1545-1563) assim se expressou: "Porque Cristo, nosso Redentor, disse que o que Ele oferecia sob a espécie do pão era verdadeiramente o seu Corpo, sempre na Igreja se teve esta convicção que o sagrado Concílio de novo declara: pela consagração do pão e do vinho opera-se a conversão de toda a substância do pão na substância do Corpo de Cristo nosso Senhor, e de toda a substância do vinho na substância do seu Sangue; e esta mudança, a Igreja católica chama-lhe com justeza e exatidão, transubstanciação" (DS, 1642; CIC n.1376).
Acima de tudo é preciso recordar que a Igreja recebeu do Senhor o carisma da infalibilidade em termos de fé e de moral, a fim de não permitir que os seus filhos sejam enganados no caminho da salvação (cf. Jo 14,15.25; 16,12-13). Portanto, o que a Igreja garante há vinte séculos, jamais podemos duvidar, sob pena de estarmos duvidando do próprio Jesus.
Para auxiliar a nossa fraqueza, Deus permitiu que muitos milagres eucarísticos acontecessem entre nós: Lanciano (sec VIII), Ferrara (1171), Orvieto (1264), Offida (1273), Sena (1330 e 1730),Turim (1453), etc., que atestam ainda hoje o Corpo vivo do Senhor na Eucaristia, comprovado pela própria ciência. Há tempos, foi traçado na Europa um "mapa eucarístico", que registra o local e a data de mais de 130 milagres, metade deles ocorridos na Itália.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A juventude é o maior tesouro da humanidade


Em que estado ela se encontra?
"Filhos, obedecei a vossos pais, no Senhor, pois isso é justo" (Ef 6,1).
A juventude é chamada de "a flor da idade", porque é bela, forte, pujante, cheia de vida e desafios. Mas, muitos jovens estão sofrendo em nossos dias, porque não sabem o sentido da vida e porque não lhes foi mostrada a sua beleza conforme a vontade de Deus. 
Muitos ainda não sabem o valor que têm, por isso desprezam sua própria existência e a dos outros. Perdidos no tempo e no espaço, debatem-se, muitas vezes, no tenebroso mundo do crime, das drogas, da violência, do sexo sem compromisso e de outras mazelas. 

O maior tesouro da humanidade é a sua juventude. No entanto, em que estado ela se encontra? A quantas anda 

este tesouro de carne e espírito? Tenho-o visto desprezado, entregue às drogas, ferido pelas armas, destruído pelo álcool, carente de amor e de vida. Que belo tesouro desvalorizado! 

O jovem não tem o direito de abandonar-se ou deixar sua vida se estragar; pois ele é a mais bela obra do Criador. Muitos já perderam o magnífico sentido da vida, mas Deus tem um plano e uma vontade para a vida de cada um. 

Leia esta estória: 

Havia, na Índia, um sábio que desvendava os mistérios da vida das pessoas; ele era assiduamente procurado. Certa vez, um jovem desconfiado e ousado, quis testar a sabedoria do velho sábio. Pegou um passarinho vivo, escondeu-o atrás do corpo e se apresentou diante do homem de cabelos e barbas já brancos. 
- O senhor é sábio mesmo? 
- Dizem que eu sou. 
- Então, responda-me: o que eu tenho em minhas mãos? 
- Deve ser um pássaro; jovens como você gostam muito de caçar os pássaros. 
- É verdade, o senhor acertou! Parece que é sábio mesmo. Mas me diga, o pássaro está vivo ou está morto? 
O sábio agora estava numa situação difícil; se ele dissesse que o passarinho estava morto, o jovem o soltaria a voar; se dissesse que estava vivo, o jovem o mataria em suas mãos sem que o sábio o notasse. Uma cilada de mestre! 
- Então, senhor sábio, o passarinho está vivo ou está morto? Responda-me. O senhor não é sábio? 
O velho abaixou a cabeça e pensou um pouco. 
Depois respondeu ao jovem: 
- Depende de você! 
Pensativo e cabisbaixo o jovem foi se afastando e, ao longe, olhando para o velho, soltou o passarinho e começou a chorar.
 

Você jovem tem um passarinho dentro de você. Matá-lo ou deixá-lo viver depende exclusivamente de você, pois você recebeu o dom mais precioso deste mundo: a liberdade. Este pássaro de ouro, que é sua vida, criada à imagem e semelhança de Deus, está em suas mãos. Eu lhe pergunto: o que você vai fazer dela? Depende de você! A vida é sua e de mais ninguém. É o único dom que de fato é inteiramente seu. O resto é seu, mas está fora de você. Não culpe ninguém pela vida que você está levando. 

Paul Claudel, um teatrólogo francês convertido, disse que "o jovem não foi feito para o prazer, mas para o desafio". Só Cristo pode dar ao jovem o máximo. Jesus lhe revela a sua beleza e o seu valor; Ele lhe mostra a grandeza de ser “filho amado de Deus”.  

O jovem cristão, como já foi dito, deve honrar os seus pais, como ensina o quarto mandamento; deve ser fiel a seus amigos e irmãos, estudar e trabalhar, nunca perder tempo e jamais jogar a vida fora com coisas vazias. Terá que descansar e pode se divertir, mas de maneira saudável, sem pecar, sem fazer do prazer um fim, mas apenas um meio de descansar e poder viver bem fazendo o bem aos outros. 

É na juventude que Deus nos chama a um encontro pessoal com Ele. Para alguns será um chamado para a vida sacerdotal ou religiosa, vivendo no celibato e entregando a sua vida radicalmente a Deus a serviço do seu Reino. Não existe nada mais belo para um jovem do que a vocação sacerdotal. Sem o sacerdote não há Igreja, não há perdão sacramental dos pecados, não há Eucaristia, não há salvação. 
O jovem cristão é também um evangelizador; especialmente sendo exemplo no meio de seus amigos, sem ter vergonha de sua fé e de sua Igreja. Hoje é difícil dar testemunho de Jesus, viver como a Igreja ensina, rejeitando o sexo fora e antes do casamento; fugindo das diversões perigosas e de todo pecado; mas, quanto mais isso for difícil, mais necessário será para a sociedade voltar para Deus. O jovem precisa conhecer a doutrina católica, ler e estudar o Catecismo para saber dizer a seus parentes e amigos qual a sua esperança e as razões de sua fé. 

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Carta aos Jovens - João Paulo II


Precisamos de Santos sem véu ou batina.
Precisamos de Santos de calças jeans e tênis.
Precisamos de Santos que vão ao cinema, ouvem música e passeiam com os amigos.
Precisamos de Santos que coloquem Deus em primeiro lugar, mas que se "lascam" na faculdade.
Precisamos de Santos que tenham tempo todo dia para rezar e que saibam namorar na pureza e castidade, ou que consagrem sua castidade.
Precisamos de Santos modernos, Santos do século XXI com uma espiritualidade inserida em nosso tempo.
Precisamos de Santos comprometidos com os pobres e as necessárias mudanças socias.
Precisamos de Santos que vivam no mundo se santifiquem no mundo, que não tenham medo de viver no mundo.
Precisamos de Santos que bebam Coca-Cola e comam mc Donalds, que usem jeans, que sejam internautas, que escutem mp4.
Precisamos de Santos que amem a Eucaristia e que não tenham vergonha de tomar um refri ou comer pizza no fim-de-semana com os amigos.
Precisamos de Santos que gostem de cinema, de teatro, de música, de dança, de esporte.
Precisamos de Santos sociáveis, abertos, normais, amigos, alegres, companheiros.
Precisamos de Santos que estejam no mundo; e saibam saborear as coisas puras e boas do mundo mas que não sejam mundanos".

Texto atribuído ao Papa João Paulo II